Clusterizar conteúdos é uma abordagem de organização que visa melhorar a estrutura e a autoridade de um site para SEO. Essa estratégia surgiu como uma resposta à evolução dos algoritmos de busca, que passaram a priorizar a relevância semântica e a intenção do usuário ao ranquear conteúdos. Em vez de focar apenas em palavras-chave individuais, o conceito de topic clusters organiza o conteúdo em torno de um tema central, criando uma rede de páginas relacionadas que se apoiam mutuamente.

O que é um topic cluster?

Um topic cluster é uma estrutura de conteúdo que organiza informações em torno de um tema central, conectando páginas relacionadas que abordam subtemas específicos. A estrutura é composta por:

• Página pilar (pillar page): é uma página abrangente e central que aborda um tema em profundidade. Essa página é ampla e cobre todas as informações básicas e intermediárias sobre um tema, com links que direcionam para páginas de apoio mais específicas.
• Páginas de apoio (cluster pages): são páginas que exploram subtemas relacionados ao tema principal. Elas contêm informações detalhadas sobre tópicos específicos e são otimizadas para palavras-chave long-tail. Cada página de apoio se vincula de volta à página pilar e, ocasionalmente, entre si.
• Estrutura de links internos: o diferencial da clusterização de conteúdos está na forte interconexão entre a página pilar e as páginas de apoio, criando um fluxo de autoridade de links que ajuda a aumentar a relevância de todo o cluster. Essa estrutura ajuda os motores de busca a entender o relacionamento e a hierarquia dos conteúdos, favorecendo o ranqueamento da página pilar para termos de busca amplos e das páginas de apoio para termos mais específicos. Por conta disto, esta estratégia acaba sendo usada como uma das saídas para resolver alguns problemas de canibalização de conteúdos.

Por que clusterizar o conteúdo do seu site?

1. Relevância semântica: ao criar um cluster de conteúdo, você demonstra aos motores de busca que seu site oferece uma visão abrangente e detalhada sobre um determinado tema, melhorando sua relevância semântica. Isso aumenta a chance de ranqueamento para uma variedade de termos relacionados ao tema principal.
2. Autoridade de domínio: topic clusters ajudam a consolidar a autoridade de domínio ao centralizar o fluxo de links internos em torno da página pilar. Com mais páginas de apoio linkando para ela, a página pilar ganha mais relevância, ajudando a ranquear melhor para termos competitivos.
3. Melhor navegação e experiência do usuário: a estrutura organizada e interligada facilita a navegação dos usuários e a descoberta de conteúdos relacionados. Isso aumenta o tempo de permanência no site, reduz a taxa de rejeição e melhora o engajamento geral.
4. Eficiência no uso de palavras-chave: a clusterização permite que você evite a canibalização de palavras-chave ao atribuir palavras-chave específicas e intenções de busca a cada página de apoio, com isso, fica mais claro para o Google o objetivo distinto de cada página do site.

Topic Cluster na prática, fácil e rápido: passo a passo

• Passo 1: identificação do tema central: escolha um tema amplo que tenha relevância significativa para o seu público e alinhamento com os objetivos de SEO do seu site. Esse tema deve ser capaz de gerar uma página pilar rica e permitir a criação de múltiplas páginas de apoio. Por exemplo: as 20 melhores praias para turismo no Brasil. Com este tema teríamos um conteúdo rico, denso e com capilaridade para trabalhar os clusters.
• Passo 2: pesquisa de palavras-chave e subtemas: use ferramentas como Ahrefs, Semrush ou Google Keyword Planner para identificar subtemas e palavras-chave long-tail relacionadas ao tema central. Essa pesquisa ajuda a definir o foco de cada página de apoio. Uma dica é desenhar e mapear o cluster já com a maioria dos temas que serão trabalhados nos apoios antes de desenvolver o tema da página pilar.
• Passo 3: desenvolvimento da página pilar: crie uma página pilar que sirva como um guia abrangente sobre o tema. Essa página deve abordar os principais pontos de forma detalhada, mas também deixar espaço para que o usuário explore subtemas mais específicos por meio de links para as páginas de apoio.
• Passo 4: criação de páginas de apoio: produza conteúdos ricos e específicos que detalhem cada subtema, garantindo que cada página seja otimizada para suas próprias palavras-chave e ofereça um link de retorno para a página pilar. Essas páginas devem adicionar valor, evitando redundâncias.
• Passo 5: estrutura de links internos: defina uma estratégia de links internos que conecte todas as páginas de apoio à página pilar e, onde apropriado, crie links entre as páginas de apoio. Isso reforça a relação hierárquica e semântica do conteúdo. Naturalmente, vale evitar fazer linkagens entre páginas de apoio de diferentes clusters.

Ferramentas e técnicas úteis para implementação do passo a passo acima

• Screaming Frog: use o Screaming Frog para mapear a estrutura de links internos e identificar oportunidades de clusterização. A ferramenta permite rastrear o site e visualizar a interconexão de páginas, ajudando a otimizar links internos para reforçar a hierarquia do seu cluster.
• Google Search Console: utilize o GSC para monitorar a performance das páginas dentro de um cluster. Ele permite ver quais páginas estão ranqueando para quais termos e ajustar a estratégia de conteúdo e links internos de acordo com o desempenho real.
• Ahrefs e Semrush: ambas as ferramentas ajudam a identificar gaps de conteúdo, oportunidades de palavras-chave e o desempenho das páginas de apoio e pilar. Além disso, utilize-as para entender os melhores termos para otimizar seus conteúdos, avaliando métricas como volume de busca, intenção de busca e dificuldade de palavra-chave, por exemplo.

Erros comuns ao clusterizar conteúdos

• Falta de foco no tema central: criar clusters sem um tema central claro pode resultar em conteúdos que não se complementam e acabam competindo entre si (canibalização).
• Excesso de links internos: incluir links internos de forma excessiva ou sem relevância pode confundir os motores de busca sobre a hierarquia do conteúdo e prejudicar a experiência do usuário.
• Conteúdo duplicado ou de pouco valor: não adicionar novos insights ou informações nas páginas de apoio pode fazer com que o conteúdo seja visto como duplicado ou de baixa qualidade, afetando sua performance orgânica.
• Clusters muito pequenos ou desconexos: criar clusters com poucas páginas ou subtemas mal conectados não oferece benefícios significativos e pode ser um esforço desperdiçado.

Integrando a clusterização de conteúdos na sua estratégia de SEO

1. Faça uma auditoria de conteúdo: identifique temas existentes e conteúdos legados que poderiam ser transformados em clusters e temas novos que podem ser explorados.
2. Reorganize seu conteúdo atual: para conteúdos já existentes, agrupe páginas relevantes em clusters e ajuste os links internos para refletir essa nova estrutura.
3. Crie novas páginas pilares e de apoio conforme necessário: desenvolva páginas de apoio para cobrir lacunas de conteúdo e certifique-se de que todas as páginas estejam otimizadas para palavras-chave apropriadas e com objetivos distintos.
4. Monitore e ajuste continuamente: use ferramentas como o Google Search Console e SEMRush para acompanhar o desempenho dos clusters e ajustar conforme necessário, garantindo que cada cluster esteja contribuindo para o ranqueamento e a autoridade do seu site.

Integrar topic clusters em sua estratégia de SEO requer planejamento, execução e ajustes contínuos, mas os benefícios em termos de autoridade, relevância e experiência do usuário a longo prazo valem cada hora gasta no processo.

Marcos Lucas

Gerente de SEO na Web Estratégica Growth Partner.
Mais de 18 anos de experiência em SEO.

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